Tempo Saudoso

Instalação de projeção de vídeo e lanterna mágica com imagem fixa.
Dimensões variáveis, aprox. 3 x 3 metros.
Duração do vídeo: 00:07:45
2017

O ponto de partida do trabalho é a exploração da palavra Saudade da poesia portuguesa, associando esse termo específico a uma condição de espera, saudade, alegrias e tristezas. A saudade portuguesa, nesse sentido, está associada ao mar e ao olhar constante e fixo das mulheres que olham para o horizonte aguardando o retorno da pessoa amada. O olhar fixo no mar representa a ambiguidade de um sentimento que é incorporado pela palavra Saudade, que não tem tradução precisa em outros idiomas.

O tempo saudoso é uma forma de criar o cotidiano e, neste projeto, busco colocar em tensão a condição de espera em relação à memória, fazendo uma pequena referência a Penélope, que tece para fazer o tempo e que, finalmente, não consegue reconhecer o que está esperando. Com essa experiência, busco colocar em diálogo a poesia e a noção de contemplação dos paisagistas românticos, a fim de construir um olhar crítico sobre essa condição do tempo, da espera e da submissão implícita nesse gesto. 

Agradecimentos: Anabela de Acevedo Texeira Sobrino, personagem feminina, Gonçalo Beja da Costa, assistente de câmera. Célio Silva, Paulo Martins, Bruno Mota, assistentes de produção.

Projeto realizado durante a residência artística em Vila Nova de Cerveira Portugal 2017, com a Bolsa de Circulação Internacional Ministério da Cultura 2017 e a Bolsa de Circulação Internacional IDARTES 2017. Vídeo selecionado em Festival de cinema comunitário FILMARE DARIEN, San Francisco Acandí, Chocó, Colômbia 2018. 

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